Norte Sul Global
A formação de uma história do olhar sobre as paisagens tropicais brasileiras é pautada por visão hegemônica, eurocêntrica, cuja violência estética e política é ressaltada também pela ideia de uma “natureza” estetizada como “sublime”, “pitoresca” e “exótica”. Regida pelo impulso violento das explorações de minerais, plantas nativas e animais que na história da paisagem foram violentamente arrancados de seu território nativo, impedindo que documentações científicas evidenciassem uma outra pedagogia do olhar vinculada aos saberes, à memória ancestral e às narrativas vinculadas aos povos originários.
O trabalho proposto para exposição justifica-se como um meio de reapropriação e decolonização dos desenhos, diários e documentos visuais que compõem as descrições científicas de naturalistas como Spix e Martius (1817-1820) para repensar, com intervenções artísticas de manchas, pinturas, cicatrizes e outros preenchimentos, as invasões sofridas ao longo da história colonial, que persistem hoje de maneira violenta atuando nos modos de ver a “paisagem” brasileira.
Projeto de montagem para parede Cartografia Coloni IA listas ACHO/Campinas -2023
Exposição Destino das Imagens num Mundo porvir
Curadoria Fabiana Bruno e Óscar Guarín Martínez